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domingo, 21 de novembro de 2010

Em um mundo ideal...

Por DJ TyDoZ
Em um mundo ideal, governo investiria muito mais em educação do que em segurança.
Dina Di, Félix, Tutão e Sabotage ainda estariam vivos.
O sinal da internet seria gratuito como o da TV aberta.
A nova Polysom prensaria vinil a preços condizentes com a realidade dos DJs brasileiros.
Jam Master Jay, Guru, Derek B e J-Dilla não teriam morrido.
A clonagem serviria para replicar Carol Castro e Cléo Pires aos milhares.
Malcolm X seria presidente dos Estados Unidos.
Promotores de eventos musicais seriam menos canalhas.
Gambé, rato cinza, porco fardado e pé-de-bota não seriam epítetos para policial.
Não existiria Domingão do Faustão.
Livro seria mais barato que cigarro.
Repe brasileiro daria um bom dinheiro pra quem realmente fosse bom.
Faces do Subúrbio, Falso Sistema e Vítima Fatal ainda estariam na ativa.
O PT não teria se transformado no partido dos traidores.
Nosso povo aboliria a Lei de Gérson no dia-a-dia.
50 Cent, Ja-Rule e Nelly cantariam música country.
As torcidas organizadas se respeitariam.
Arruda não faria parte da história de Brasília.
Lula teria ganhado em 89.
Teríamos optado pelo desarmamento.
A Palestina seria um país livre e independente.
Não teria existido ditadura militar no Brasil.
Carlos Marighella ainda lideraria a esquerda brasileira.
Galvão Bueno calaria a boca.
O modelo de socialismo implantado em Cuba contemplaria a liberdade de expressão.
Teríamos ganhado a Copa de 1982.
A igreja católica seria o maior centro de caridade do planeta.
Chuck D seria brasileiro.
O equipamento para discotecagem não seria tão caro.
Ninguém tentaria preencher vazio existencial com droga.
O cinismo oportunista de certas pessoas que se julgam donas do repe brasileiro daria lugar à humildade.
Os alemães não teriam se encantado com a oratória de certo oligofrênico austríaco.
A polícia seria parceira da periferia, não guestapo da periferia.
Milton Leite seria o narrador mais importante do Brasil.
César Benjamin seria ministro da Educação.
Ninguém passaria fome ou frio.
Toda criança teria pai e mãe em união estável.
FHC teria perdido em 94.
Salmão seria barato.
Israel e Irã seriam países irmãos.
Jogador do Santos respeitaria a religião dos outros.
CQC passaria no domingo à noite.
Paris produziria um disco do GOG.
As rádios comunitárias teriam mais audiência que as comerciais.
Teríamos mais mulheres no hip-hop.
As pessoas teriam valorizado a experimentação musical no repe nacional dos anos 90.
Teríamos tratado Gabriel O Pensador com menos preconceito no início de sua carreira.
Chico Alencar seria presidente do Brasil.
Não haveria necessidade de cotas raciais ou sociais.
Teríamos dado mais atenção aos nossos filhos.
A glorificação do crime e das drogas teria outra abordagem em nossa música.
Frei Betto seria lido por mais gente.
Ninguém comeria o lixo do Mc Donald’s.
Mano Brown, MV Bill e X gravariam um disco juntos.
Som alto não deixaria ninguém surdo.
O PCdoB não seria motivo de riso.
Poderíamos ir pro trabalho de bicicleta.
Ninguém comeria alguém do mesmo sexo.
O repe brasileiro não teria se calado durante o governo Lula.
A chamada literatura marginal teria mais espaço.
Jamaika ainda estaria no Câmbio Negro.
Via 93, Mix Mania e Studio 97 ainda estariam no ar.
Seríamos menos desunidos no DF.
O AfroReggae estaria em todo o país.
Certo ex-goleiro do Maior do Mundo teria algum apreço pela vida.
O Windows funcionaria direito.
Professor de escola pública teria salário de ministro do STF.
Falsa Malandragem não teria sido gravada.
O Congresso não seria motivo de tanta vergonha e escândalo.
Artistas talentosos como Marcelo D2, BNegão e Speed falariam de assuntos mais relevantes.
Certos evangélicos não usariam o Velho Testamento para roubar gente carente.
A Band já teria ultrapassado a Globo em audiência.
A Câmara Legislativa do DF não existiria.
A Copa do Mundo teria menos importância.
Utilizaríamos meios de transporte menos poluentes.
Eu escreveria com um pouco mais de desenvoltura.
Pelé e Zico teriam jogado juntos no Maior do Mundo.
Rappin’ Hood ocuparia o lugar de Luciano Huck.
Diogo Mainardi não seria brasileiro.
Racistas Otários e Política seriam clássicos da MPB.
Amigo seria sempre amigo.
Açúcar seria vitamina.
Homofobia seria aversão a sabão em pó.
Racismo seria qualidade de jogador raçudo.
Bin Laden não seria muçulmano.
Caros Amigos venderia como Veja.
Ceilândia seria mais respeitada.
Karl Marx teria sacado que é possível combinar distribuição de renda e inventividade comercial.
YouTube, Reason e Serato teriam sido inventados nos anos 80.
Meus amigos beberiam menos e se exercitariam mais.
Teríamos mais livrarias que templos da igreja universal.
Refrigerante seria nutritivo.
Inimigo seria um amigo futuro.
Robinho teria orgulho de ser negro.
Ninguém confundiria grafite com pichação.
O povo brasileiro votaria melhor.
Todo mundo saberia quem é Rodion Românovitch Raskólnikov.
Em um mundo ideal, este texto não faria sentido.

Matéria publicada em 01/08/2010.
O conteúdo deste texto é de responsabilidade de seus autores e não reflete necessariamente a posição do site.

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